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26 de novembro de 2010

História do Rock - Parte 01 - Os Primórdios

Apesar de no decorrer de sua história o rock and roll ter ficado mais marcado por astros brancos, deve-se aos negros, escravos trazidos da África para as plantações de algodão dos Estados Unidos, a criação da estrutura rítmica e melódica que seria a base do rock. Os cantos entoados pelos negros durante o trabalho, no início do século XX dariam origem ao Blues (do inglês azul, usado para designar pessoa de pele escura, bem como tristeza ou melancolia). Focado basicamente no vocal, o blues era geralmente acompanhado apenas por violão.

Enquanto o blues se desenvolvia nos campos e pequenas cidades, nas grandes cidades por sua vez tocava-se o jazz, baseado na improvisação e marcado por bandas maiores e arranjos mais elaborados, com percussão e instrumentos de sopro.

Por um outro lado, nas igrejas evangélicas desenvolvia-se a música gospel negra, que embora obedecendo as escalas de blues, caracterizavam-se por rítmo frenético ou mesmo sensual, canções de redenção e esperança para um povo oprimido. A música era acompanhada por piano ou órgão.

A economia de guerra e o desenvolvimento da indústria havia levado mais gente dos campos para a cidade, forçando o relacionamento entre brancos e negros e a tensão social e racial mas também favorecendo a influência mútua entre a música negra (blues e seus derivados) e a música branca (principalmente country e jazz). Da fusão do blues original com os rítmos mais dançantes dos brancos surgiu o rhythm and blues, que levou a música negra ao conhecimento da população consumista.

No início da década de 50, com o final da Segunda Guerra Mundial e da Guerra da Coréia, os Estados Unidos despontavam como grande potência mundial. Mais do que em qualquer outro momento da história era incentivado o gozo da vida, marcada que estava a sociedade pelos anos de sofrimento da guerra. A população de maneira geral e inclusive as minorias pela primeira vez tinha dinheiro para gastar com supérfluos como música. Com o anúncio da explosão de bombas atômicas pela União Soviética e um possível "fim do mundo" a qualquer momento, a ordem geral era aproveitar cada momento como se fosse o último.

Numa época de mudanças surgia uma corrente intelectual inédita contrária à antiga política, rebeldia esta refletida na literatura, como no livro O Apanhador no Campo de Centeio, de J. D. Salinger, mas mais notadamente no cinema com a glorificação da antítese dos antigos valores em filmes como O Selvagem (em que Marlon Brando interpreta um delinquente).

Em pleno crescimento econômico capitalista o consumo era considerado fator primordial para geração de empregos e divisas, bem como o melhor antídoto contra o comunismo, e a busca por novos mercados consumidores era incessante. Obviamente a parcela mais jovem da população rapidamente se mostrou mais facilmente influenciavel e ao público adolescente pela primeira vez foi dado o direito de ter produtos destinados ao seu consumo exclusivo, bem como poder de escolha.

Estranhamente porém os jovens brancos em grande parte se negavam a consumir a música normalmente consumida pela maioria branca. Começaram a buscar na música dos guetos algo diferente. Com a indústria fonográfica de grande porte não preparada para suprir o público consumidor com este tipo de música ganharam importância selos pequenos de música negra.

A aceitação deste tipo de música pelo público de maior poder aquisitivo levou a incipiente indústria fonográfica da época a investir na evolução do estilo e procura e contratação de novos talentos, principalmente na procura de um jovem branco que pudesse domar aquele estilo aliando a ele uma imagem que pudesse ser vendida mais facilmente. Tornaram-se comuns os relançamentos de versões de músicas dos negros regravadas por artistas brancos, que terminavam por tirar os verdadeiros criadores do estilo do topo das paradas.

Uma outra grande revolução de costumes estava em curso. Sexo deixava de ser tabu e passava a ser considerado diversão (tanto para o homem como para as mulheres). As canções de amor por pressão do público comprador passavam a dar lugar a letras mais sacanas, embora muitas vezes fosse necessário criar versões atenuadas de versos mais diretos.

A mistura explosiva da empolgante música negra com o consumismo branco adolescente havia sido feita... a explosão era questão de tempo....

Mas quem teria sido o homem que mereceria ser coroado como responsável pela "criação" do rock and roll? Obviamente um estilo musical tão complexo não poderia Ter sua invenção atribuida incontestavelmente a apenas um indivíduo ou grupo de indivíduos. Mas se alguém merecesse ter seu nome associado à "criação" do rock como o conhecemos este alguém não seria Elvis ou Bill Haley ou Chuck Berry ou nenhum outro cantor ou band leader. O "inventor" do termo rock and roll e grande responsável pela difusão do estilo foi o disk jokey Allan Freed, radialista de programas de rhythm and blues de Cleveland, Ohio, que primeiro captou e investiu na carência do público jovem consumista por um novo tipo de música mais energética e primeiro percebeu o potencial comercial da música negra.

O termo rock and roll era uma gíria dos negros americanos, referente ao ato sexual, presente inclusive em muitas letras de blues (a exemplo de My Daddy Rocks Me With a Steady Roll da cantora Trixie Smith, de 1922). Allan Freed foi o responsável por usar o nome sonoro para denominar o novo estilo musical em que estava investindo.

Em 1951 Allan Freed criou o programa Moon Dog Show mais tarde renomeado para Moon Dog Rock and Roll Party ao mesmo tempo em que promovia festas de dança com o mesmo nome, movidas inicialmente a blues e rhythm & blues e mais tarde pelo rítmo que havia ajudado a definir e divulgar. Suas festas apesar dos constantes atritos e reclamações por parte das autoridades eram um sucesso. Tumultos lhe valeram dezenas de processos por incitação à violência.

Enquanto a juventude adotava o novo rítmo como sua marca registrada os adultos, principalmente das parcelas mais conservadoras da sociedade, a taxavam como causa de toda delinquência juvenil... apesar do exagero dos protestos, não estavam de todo errados, o gosto pelo rock era realmente parte do estilo das gangues juvenis.

3 de junho de 2010

O Rock Morreu?

Sua morte foi anunciada, pela primeira vez, em 24 de março de 1958, com o alistamento e a reclusão de Elvis. Quase um ano depois, a perda prematura de Buddy Holly, Richie Valens e Big Bopper num acidente aéreo, parecia ter decretado o fim daquele gênero musical recém criado. Ele estava fadado a não completar sequer uma década de existência. Mas ele sobreviveu!

Entre os anos de 69 e 70, se despediam para sempre Brian Jones, Hendrix, Joplin e Morrison, ídolos de toda uma geração, que deixaram milhares de órfãos. Estas mortes explodiram como uma bomba atômica na cabeça dos jovens da época. Seus ídolos falharam, culminando, ainda em 1970, com o anúncio oficial do fim dos Beatles. Como nas próprias palavras de Lennon, “o sonho havia acabado?” Não!

Novos ventos sopraram em meio a este clima de revolta e frustração. O Rock virou a década com peso e uma postura bombástica jamais vista, Zeppelin, Sabbath, Purple, ELP. O Rock entrava na sua maioridade, mais maduro, longe da inocência da década passada. Eram tempos em que a música não era feita apenas para diversão e entretenimento, era muito mais que isso, uma ferramenta para expandir idéias e sérias contestações sociais.

Mas o que se temia ou nos remetia à suposições que só residiam na imaginação dos mais pessimistas vem assombrando e se tornando uma realidade. O Rock está agonizando como uma paciente terminal!!

Ele está sendo sepultado pela própria indústria fonográfica, agora, mais voraz que nunca, diante da ameaça da pirataria e do mp3. Produtos cada vez mais digeríveis, ocos e virtuais. Indústria que ao mesmo tempo em que sofre a profunda e galopante punhalada dos downloads, nos enfia goela abaixo uma leva de bandas inglesas como The Klaxons, The Subways e Coldplay. Reparem bem! Não utilizo aqui o termo “Bandas de Rock”, pois seria uma blasfêmia incluí-las numa categoria por onde desfilaram monstros sagrados como Who, Aerosmith, Van Halen, entre outros.

Não exijo nada de quem realmente não possa dar, apenas analiso e concluo! Que mal havia em perceber nos antigos Rock Stars toda mitificação, diferenciação e destaque visual, posturas e atitudes comuns as divindades que pareciam terem vindo de outra galáxia. Eram realmente hipnóticos e exóticos. O que vemos hoje, são integrantes patéticos, “estrelas”???? Apagadas, sem luz própria. Acreditam ser emblemática a sua recusa em agir e se mostrarem como os ídolos do passado. Fazem sim, questão de agir e se apresentarem como meros mortais, descontentes, desinteressados e pálidos (emos) despretensiosos. Mas na verdade, eles são realmente, simples mortais e desinteressantes!! São um desrespeito a toda a mitologia do Rock!

Há como imaginar Robert Plant ou Roger Daltrey ao lado de Chris Martin (Coldplay) ou Pete Doherty (Babyshambles) no palco? Não há como ocuparem o mesmo espaço, jamais! Não haveria um disparate maior do que este, e nada agrediria tanto aos olhos e ouvidos daqueles que respiram honestamente e apaixonadamente o verdadeiro som pesado.

A extravagância sempre foi o combustível do Rock, desde sua gênese, vide Chuck Berry, Jagger e Bowie. Podem me questionar, dizendo “esqueça a atitude”! Vamos à sonoridade?? E eu pergunto, qual?? Das guitarras adolescentes, ou melhor, infantis sem o vigor masculino dos anos 70?

Há seis anos atrás, já havia presenciado um dos maiores impactos e a confirmação do que redijo hoje. Era a terceira edição do festival Rock in Rio, em 2001, quando entre os 125 mil presentes assisti Neil Young subir ao palco numa sexta-feira, 19 de janeiro, a 1h20 da madrugada. Testemunhei algo impressionante. Apenas velas sobre os amps marshalls. Nas mãos, uma coleção de guitarras Gibson Les Paul tão clássica quanto o dono. E um senhor canadense arrancando as cordas do seu instrumento emitindo um som semelhante à trovoadas em uma noite de verão sem que seu aneurisma cerebral o atrapalhasse.

Quando Young deixou o palco quase às 4 da madrugada, o público presente sabia que havia assistido uma apresentação antológica. O velho caubói nos mostrou que é possível fazer Rock e dizer a verdade ao mesmo tempo. Conduziu-nos a um universo paralelo, onde música, alma e realidade podem se fundir na mesma coisa. O tempo voltou ao normal quando as luzes acenderam após o show, mas a lição havia sido profetizada. Indiscutivelmente um dos melhores shows já vistos no país. Três dias depois, no encerramento do festiva, assisti ao que até então seria a sensação do momento, os californianos do Red Hot Chili Peppers. O que não só eu, mas muitos com o mínimo de noção musical e lucidez concluíram, foi que algo já estava errado. No palco, a sensação do momento parecia um grupo de crianças birrentas se divertindo num parque dominical, cover de si próprio. Não havia nada sólido, nenhuma essência ali. Som magro, integrantes posando de rebeldes suando muito para provar aos seus fãs teens, que carregavam mochilas com todinho preparadas pelas mães, que caíram na estrada do Rock porque são vorazes problemáticos em sua origem. “Brabos” como as estrelas do passado. Patético!

Reflito. Onde foram parar os grandes riffs de guitarra? Smoke on the Water, Paranoid, Cat Scratch Fever…

Não! Tal instrumento não foi inventado para ser tocado como se faz hoje. Ele ri, debocha e ironiza nas mãos destes supostos e tímidos músicos. Não é mais domado e dominado com a fúria e autoridade de antes.

Saudosos ingleses, Paul Kossoff, Keith Moon, David Byron e John Bonham devem estar envergonhados pelo que seus conterrâneos nos apresentam hoje. Um som tétrico, sem inspiração, sem alma e despido de atitude, elemento básico do Rock `n´Roll. A recente perda de Ronnie James Dio é mais um duro golpe, já que os dinossauros do Rock estão em extinção e sem chances de surgimento de novas gerações.

Surge então uma dúvida!!

O que os ingleses estão fazendo será pior do que conviver com o massacre que o mercado norte-americano nos impõe hoje? Uma avalanche de Hip Hop, Raps e R&Bs sem sentido algum??

Os americanos talvez prefiram se omitir, tiram o time de campo. Ah!! citam os Strokes?? Mas, são americanos?? Imaginei que fossem ingleses!!!!

O mais estarrecedor é a imensa massa consumidora branca atraída pelo som gangsta negro dos guetos. Traindo assim suas origens seminais saxônicas, já que os rappers ecoam letras, que em muitos casos, incitam o preconceito contra os próprios brancos yankees que jogam o boné para trás e contorcem os dedinhos com a simbologia negra das ruas. E o que dizer da classificação de R & B para rotular alguns hip hops contemporâneos? Som produzido por tipos como Ja Rule e seus clones.

R & B é Ray Charles e Aretha Franklin!!! Não supostos cantores negros, ou melhor, “locutores” que destilam 100 palavras por segundo dialogando para sua própria imagem refletida no espelho. Sem swing, ritmo ou mínimo de melodia e musicalidade, somente um monólogo marcado por um metrônomo barato. Execrado pelo mundo do Rock em meados para o final da década de 70, a Disco Music hoje merece o respeito que lhe foi renegado no passado. Como comparar a musicalidade de The Tramps e The Commodores com o lixo da Black Music atual e sua overdose de samplers?

A figura do Rock Star, do Guitar Hero foi aniquilada. Teremos que nos contentar com isto que está aí?? Eu sei, caça níqueis ou não, alguns dinossauros; Stones, Floyd, Skynyrd e companhia ainda tentam sobreviver, mas a fábrica parou e a torneira se fechou.

Fazendo um retrospecto podemos dizer que Guns N Roses e Nirvana, com os movimentos Hair Metal de Los Angeles e o grunge de Seattle respectivamente, foram os últimos suspiros de um doente terminal que ainda agoniza no leito. Lá, ainda existiam chamas ardentes e a tal atitude contraventora dentro e fora dos palcos, diante ou por trás dos holofotes.

Onde foi parar o verdadeiro Rock ´n´Roll??

Quando iremos despertar desse pesadelo??

23 de maio de 2010

O Rock no Brasil

Numa época em que a Bossa Nova predominava, o rock desembarcou no Brasil no início da década de 1960. Os primeiros sucessos de rock genuinamente brasileiros foram "Banho de Lua" e "Estúpido Cupido", da cantora Celly Campelo, no começo daquela década. Ainda nos anos sessenta, surgiu a Jovem Guarda, primeiro movimento do rock no país e de sucesso entre boa parte da juventude brasileira. Inspirado nas letras românticas e no ritmo acelerado padrão nos EUA, o gênero se popularizou em terras brasileiras através de cantores como Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa.

No final da década, o grupo Mutantes misturou o rock à diversidade da música brasileira. Foram também os primeiros a serem conhecidos no exterior. Décadas mais tarde, seriam redescobertos e mais cultuados internacionalmente. Na virada para a década de 1970, surge no cenário rock brasileiro nomes como Raul Seixas e o grupo Secos e Molhados.

Na década seguinte, o rock brasileiro seguiu um caminho com uma temática mais urbana e cotidiana. Entre os principais destaques comerciais, estavam bandas como Legião Urbana que foi um das maiores bandas de rock dos anos 80 e 90 no Brasil, RPM, Ultraje a Rigor, Ira!, Titãs, Barão Vermelho, Kid Abelha, Engenheiros do Hawaii, Blitz e Os Paralamas do Sucesso. Das entranhas da banda brasiliense Legião Urbana, veio a banda Capital Inicial. Na virada daquela década, a banda brasileira Sepultura - apesar de não estar ligada ao cenário rock do país - se torna um dos principais nomes do heavy metal no Brasil e de destaque no mundo. Nos anos 1990, outros ritmos e estilos ganharam total espaço na mídia nacional, obscurecendo ótimos grupos que surgiram no país. O mercado está praticamente fechado para o rock’n’roll, que anda encontrando sérias dificuldades para continuar existindo na cultura brasileira. Ainda assim, grupos como Raimundos e Angra , apesar de o primeiro ser punk e o segundo power metal,ainda estão abrindo espaço para os que ainda devem surgir. Muitos consideram que o rock está vivendo um marasmo. Atualmente, as bandas de rock brasileira mais apontadas no mainstream são Pitty, Charlie Brown Jr e Capital Inicial. Muitos não consideram, entretanto, essas bandas como rock. Outros já dizem que quem não merece o título de rock, na verdade, são bandas comercialmente promissoras, mas com qualidade musical nula, como NxZero e Fresno. O rock também pode ser representado na sua essencia pela Cachorro Grande, banda gaúcha que possui no estilo musical e visual elementos do rock setentista. É impossível ignorar as misturas que o rock brasileiro traz. Uma banda que possui uma densidade e atitude do rock, mas é considerada oriunda do movimento cultural, musical e regionalista Mangue Beat é a Nação Zumbi. Devagar e sempre, o rock continua a desenvolver-se por aqui, chegando até mesmo a ter representantes do black e death metal brasileiro, que já são conhecidos no mundo todo.

Década de 2000

Com o pop dominando as paradas, o rock parecia ter perdido a força. No entanto uma nova vertente do estilo, mais consciente sobre a relação do rock e a diversidade da música surgiu, demonstrando toda a vitalidade do ideal do "rock" que insiste em não morrer. Grupos com influências diversas se dividiram entre aqueles que eram excessivamente influenciados por outros estilos de música e aqueles que preferiam manter a crueza dos fundamentos. Tendo em comum, porém a aceitação da heterogeneidade e a exaltação da história trilhada pelo rock até então, motivo pelo qual muitas das bandas surgidas nessa época serem acusadas de apenas "requentar" fórmulas já expostas por outras bandas.

Uma das bandas que comumente é associada a esse período é The Strokes. Porém o título de "salvadora do rock" é impreciso uma vez que a banda não se impôs como um novo paradigma. No entanto, trouxe a tona o hábito, por parte da mídia e do marketing, de eleger aquele que deveria segurar as rédeas do meio cultural do rock, o que eventualmente acaba não acontecendo.

Mas não foram só os Strokes que viraram queridinhos da mídia: The Vines, Yeah Yeah Yeahs, Interpol, Libertines e White Stripes também foram chamados de "the next big thing", tendo, no entanto, apenas uma importância módica na cultura pop.

No outro lado da questão, algumas bandas surgiram e se estabeleceram distante de círculos hypados dos jornais de Londres e das pistas de dança modernas. Algumas delas são: Queens of the Stone Age e The Mars Volta.

* Indie rock: O indie rock dessa década (que se afastou completamente da proposta original de rotular bandas auto-produzidas) perdeu toda a ideia dos anos 1990 e ficou mais conhecido por serem bandas de rock alternativo se aproximando do pop, os diversos subgeneros criados com esse estilo são marcadas pelo revivalismo do pós-punk do anos 1980 só que feito de um jeito mais contemporâneo. Típicas bandas influenciadoras: Gang of Four, Blondie, Joy Division, The Cure. Alguns exemplos desse estilo: Franz Ferdinand, Bloc Party, Kaiser Chiefs, 'The Coral, Raconteurs, She Wants Revenge, Arctic Monkeys etc. O indie rock dos anos 2000, acabou levando a muitos outros estilos, alguns até hoje não rotulados. A situação caminhou a tal ponto que é quase impossível saber o que é e o que não é indie rock.
* Garage rock revival: Altamente confundido com o indie rock. O garage rock revival é um rock minimalista: poucos acordes, guitarristas distorcidas, sem "firulas". Seria uma espécie de rock de garagem só que mais moderno e mais bem elaborado. Diferente do conhecido garage rock, o garage rock revival dos anos 2000 não segue as regras do anteriores, dos anos 1960 e 80, ele só é chamado de "garage rock" por ser um rock cru.
* Dance-punk (ou disco-punk): Pode ser considerado um tipo de indie rock, pois também tem clara influencia do pós-punk. A mistura de ritmos e batidas dançantes com o punk e a New Rave, movimento que começou em Londres e tem como percussores as bandas: Radio 4, LCD Soundsystem, Klaxons, Shitdisco, The Rapture e tem como maior característica a mistura do punk rock, pós-punk e samples de Música Eletrônica atuais. Em 2006 fora criado a New Rave, um movimento de Dance-punk europeu.

Década de 1990

* Grunge: não foi um estilo de música, mas sim um nome para o movimento que trazia diversas bandas sem um estilo definido. A principal banda desse estilo era o Nirvana, que tinha um som voltado para o punk. Bandas como Soundgarden e Alice in Chains tinham um estilo mais inspirado no metal e no hard hock, Pearl Jam puxava mais para o lado do hard rock, rock clássico e rock alternativo. Outras bandas como Stone Temple Pilots, Bush e Silverchair chegaram no mainstream depois da consolidação do movimento Grunge. Muitas dessas bandas atingiram o 1º lugar nas paradas no mundo todo e até hoje vê-se influências desse movimento em bandas como Everclear e Seether.
* Britpop: algumas bandas inglesas, que por possuírem uma estética similar, embora sem representar um movimento unitário, costumam ser denominadas britpop. Entram nesta denominação grupos pop como Blur e Oasis assim como grupos menos comerciais como Pulp, Suede, The Stone Roses e Supergrass.
* Riot grrrl: a grosso modo, uma versão feminina do grunge, porém com letras que deixam transparecer o ativismo pela causa feminista. As suas representantes incluem L7, Bikini Kill, Sleater-Kinney, Babes in Toyland e Bratmobile.
* Neo-Psicodelismo: as ideais de paz e amor são retomadas, mas sem a ingenuidade dos anos 1960. Exemplo de bandas: U2 (oriundo do movimento pós-punk do início da década de 1980), R.E.M., Smashing Pumpkins, Cake, entre outros.
* Metal progressivo: aliando o peso do heavy metal à psicodelia do rock progressivo, algumas bandas deste estilo fazem dos seus membros referências para os entusiastas do heavy metal e, em alguns casos, do rock de uma forma geral. O exemplo mais proeminente é o Dream Theater, cujos integrantes são cultuados por seu talento (como o guitarrista John Petrucci, o tecladista Jordan Rudess e o baterista Mike Portnoy). Outros exemplos de bandas neste estilo incluem, Shadow Gallery, Evergrey, Symphony X, Queensryche e Vanden Plas.
* Metal alternativo: é uma forma eclética de heavy metal. Algumas bandas surgidas, com esse estilo, são: Faith No More, Alice In Chains, Deftones, Tool, Godsmack, Evanescence e System of a Down .
* Indie rock: bandas de garagem que participam do circuito "independente", fora do mainstream, como: Radiohead, Pixies, Dinosaur Jr., The Strokes,The Libertines, White Stripes, Coldplay, Arctic Monkeys, Travis, Belle & Sebastian e Communiquè (banda de São Francisco), além de algumas bandas britpop.
* Post rock: estilo de rock oriundo do início dos anos 1990, quando algumas bandas iniciaram uma ousada proposta de unir elementos do rock alternativo com o rock progressivo. Slint foi considerada a banda precursora do estilo, seguido também por Coheed and Cambria.
* Nu metal: também conhecido como new metal ou nu-metal, é caracterizado por bandas que misturam outros estilos musicais nas suas composições, notadamente rap ou música eletrônica. Por causa disso, é ignorado pelos entusiastas puristas de heavy metal. Bandas deste estilo incluem Slipknot, Korn, Limp Bizkit, P.O.D., Otep, Linkin Park e Papa Roach. Alguns atribuem a origem do estilo ao Faith No More, enquanto outros remetem à sonoridade adoptada pelo Pantera a partir do seu quinto disco, Cowboys From Hell (91).
* Death metal: tendo suas origens na metade da década de 1980 com bandas como Mantas (futuro Death) e Celtic Frost ficou conhecido como estilo musical dentro do heavy metal no final dos anos 1980 e começo dos anos 1990. O death metal é um estilo musical extremo que aborda desde satanismo, guerras e até assassinatos, suicídios e carnificinas. O death metal tem muitas outras vertentes dentro de si, como thrash death metal, tech death metal, splatter death metal, death metal melódico, brutal death metal, etc. O som é caracterizado por riffs pesados e distorcidos e por vocais guturais. Bandas desse estilo incluem Morbid Angel, Cannibal Corpse, Death, Obituary, Deicide, Cryptopsy, Nile, Benediction, Krisiun, Dismember, Entombed, In Flames, Soilwork, e Children of Bodom.
* Black metal: é a vertente mais extrema e obscura dentro do heavy metal, surgiu no começo dos anos 1980 com bandas como Venom e Mercyful Fate mas que tinha uma sonoridade bem mais parecida com o heavy metal tradicional e nada parecido com o black metal de hoje em dia. O som é caracterizado por letras satanicas,por vocais rasgados e riffs de guitarra rápidos e pesados. As bandas mais conhecidas são: Venom, Sarcófago, Burzum, Marduk, Emperor, Gorgoroth, Hellhammer, Bathory, Immortal, Mayhem, Darkthrone.
* Rock industrial: faz uso de industrial (uma vertente da música eletrônica) em conjunção com o rock, mas ao contrário do new metal, praticamente não há elementos sonoros de rap. As músicas deste gênero também são consideradas experimentais, por adicionar sonoridades e distorções fora do convencional. Exemplos incluem Marilyn Manson, Nine Inch Nails, Rammstein, Fear Factory, Deathstars, Ministry, e Rob Zombie.
* Metalcore: vertente do heavy metal que começou a surgir no final da década de 1990 e hoje é o estilo mais popular entre os jovens da atualidade. Mistura elementos do Heavy Metal em uma sonoridade mais melódica, alternando entre o uso de vocal gutural e limpos (melódicos). Algumas bandas dessa vertente As I Lay Dying, Avenged Sevenfold, All That Remains, Bullet For My Valentine, Caliban e Killswitch Engage
* Visual kei: movimento originado no Japão que combina diversos estilos como gótico, punk, metal, ska, pop rock, etc, de uma maneira muito peculiar, apresentado usualmente sob uma imagem carregada e andrógena dos músicos. Alguns representantes são X Japan, Luna Sea, Glay, Buck-Tick, L'Arc~en~Ciel, Malice Mizer e Moi Dix Mois.
* Pop punk: uma mistura de punk rock, pop e o ska de Less Than Jake, o Pop Punk começou com um cenário independente muito forte, com diferentes estratégias de divulgação. Alguns representantes desse estilo: Yellowcard, Green Day, Blink-182, Sum 41 e The Offspring.

Punk rock

As letras do punk rock são tipicamente francas e conflituosas em comparação com outros gêneros musicais populares e freqüentemente abordam questões sociais e políticas. Canções como "Career Opportunities", do Clash, e "Right to Work", do Chelsea, lidam com o desemprego e a dura realidade da vida urbana. Principalmente em seu início, o punk britânico tinha como objetivo central ulttrajar e se chocar o sistema vigente. Clássicos dos Sex Pistols como "Anarchy in the UK" e "God Save the Queen" abertamente afrontavam o sistema político e os costumes sociais britânicos. "O punk foi uma completa revolta cultural. Foi uma grave confrontação com o lado obscuro da história e da cultura, com as fantasias da direita, com os tabus sexuais, uma investigação de maneira minuciosa que nunca havia sido feito antes por qualquer geração".

Contudo, outros temáticas comuns se manifestaram em representações anti-sentimentais dos relacionamentos e do sexo, exemplificada em "Love Comes in Spurts", da banda The Voidoids, ou ainda a anomia que se manifestou diversas vezes inspirados pelo "Blank Generation" ou na rudeza dos Ramones, como na letra "Now I Wanna Sniff Some Glue". Outras vezes, muitas letras de punk rock tratam de assuntos já tradicionais dentro do rock, como o namoro, decepções amorosas e sair com alguém; a abordagem variava entre a falta de emoção e a simplicidade agressiva padrão dos Ramones, como em "I Wanna Be Your Boyfriend" , e um estilo mais sincero e sem ambigüidades de muitos grupos pop punks que surgiriam depois. Em 1976, os Ramones e os Sex Pistols realizaram uma turnê pelo Reino Unido, que inspirou o surgimento da primeira leva de bandas de punk britânicas, como The Clash, The Damned, The Buzzcocks e muitas outras através do princípio do "Faça você mesmo". Quando os Sex Pistols excursionaram para os Estados Unidos América, eles difundiram sua música para a Costa Oeste - quando antes, o punk era um fenômeno basicamente da Costa Leste, em especial em New York e Washington DC - e deram impulso a grupos como Dead Kennedys, X, Fear, The Germs, Circle Jerks e Black Flag.

A partir da década de 1980, o punk rock evoluiu para muitos sub-gêneros. O primeiro deles é o movimento underground hardcore punk, nascido na América do Norte. O novo som era caracterizado inicialmente por tempos extremamente acelerados, canções curtas, letras baseadas no protesto político e social, revolta e frustrações individuais, cantadas de forma agressiva. Os principais expoentes desta vertente punk foram os gruposn Black Flag, Minor Threat e Bad Brains. Este estilo se fundiu com vários gêneros e sub-gêneros, alguns dos quais experimentaram sucesso comercial, como skate punk, hardcore melódico e metalcore.

Desde sua popularidade inicial na década de 1970 e interesse renovado surgido por uma reflorescimento na década de 1990, o punk rock continua sua luta para permanecer como uma forma underground de expressão anticorporativa. Este resultaram no surgimento de outros sub-gêneros, de menor apelo comercial, como D-beat (de bandas como Discharge), anarco-punk (de bandas como Crass, grindcore (de bandas como Napalm Death) e crustcore (de bandas como Doom, Amebix, Nausea e Behind Enemy Lines). Estes estilos permanecem amplamente desconhecidos para a grande público em geral e tendem a se concentrar em questões como anarquismo, freeganismo, direitos animais, sexismo e racismo.

Hard rock e heavy metal

Uma segunda leva de bandas de rock britânicas e norte-americanas se tornou popular durante o início da década de 1970. Grupos como, Grand Funk Railroad, Led Zeppelin, Kiss, AC/DC, Deep Purple, Queen, Alice Cooper, Judas Priest, Status Quo, Aerosmith, Black Sabbath e Uriah Heep e da alemanha Scorpions, intensificaram o modo de tocar, conduzindo suas guitarras rumo ao hard rock.

Este sub-gênero pereceu em direção a imitação caricatural no final daquela década. Muitos de seus adeptos lançaram álbuns mais próximos do rock progressivo ou até da disco music. Poucas bandas - entre elas, Kiss, Black Sabbath, Queen, AC/DC, Led Zeppelin, Aerosmith,Rush e Scorpions - mantiveram um número significativo de fãs e ocasionalmente empalcaram sucessos comerciais. Apesar da esmagadora maioria da crítica musical ter aversão ao hard rock, este estilo musical ganhou uma sobrevida, com lançamentos como o álbum de estréia da banda Van Halen em 1978 e o Tokio Tapes do Scorpions . Os discos ajudaram a prenunciar uma era de maior comercialização do rock, estabelecida fora de Los Angeles. Depois que este "lado glam" do metal entrou em ascensão, bandas como Iron Maiden, Metallica, Slayer, Megadeth e Anthrax, conduziram o metal a sua cena original, que passou a ser chamado de heavy metal mas analizando a musicalidade de bandas anteriores à New Wave, viu-se que o heavy metal já existia, visto que várias bandas faziam músicas mais pesadas que o hard rock como o Black Sabbath (tido como criador do rock pesado), o Kiss, o Judas Priest, o AC/DC e outras bandas que conseguiam compor músicas dos dois estilos, então hoje se diz que na verdade o heavy metal surgiu no começo dos anos 1970 com o Black Sabbath, que também compunha muitas músicas no estilo hard rock.

Era de Ouro (1963-1974)

No Reino Unido, o movimento trad jazz levou muitos artistas do blues a visitar o país. Enquanto estava desenvolvendo o Concorde, o sucesso "Rock Island Line", de Lonnie Donegan, em 1955, foi a principal influência e ajudou a desenvolver uma nova tendência de grupos musicais de skiffle em todo a Grã-Bretanha, incluindo os Beatles. Foi em solo britânico que se desenvolveu uma grande cena rock and roll, sem as barreiras raciais que mantiveram a "gravações de raça" ou rhythm and blues separados nos Estados Unidos.

Cliff Richard emplacou o primeiro sucesso britânico de rock 'n' roll com "Move It", que efetivamente inaugurou o rock britânico. No início da década de 1960, o seu grupo de apoio The Shadows foi um dos vários grupos a obter sucessos instrumentais. Enquanto o rock 'n' roll caminhava em direção a um pop leve e a baladas fora de moda, grupos de rock britânicos, fortemente influenciados por pioneiros do blues-rock como Alexis Körner, tocavam cada vez mais em clubes e bailes locais e se distanciavam do rock and roll dos brancos norte-americanos.

Até o final de 1962, a cena do rock britânico tinha ganhado grupos como Beatles debruçados sobre um vasto leque de influências que incluíam a soul music, o rhythm and blues e a surf music. Inicialmente, eles reinterpretaram sucessos-padrão norte-americanos, tocados para dançarinos de twist, por exemplo. Esses grupos acabaram introduzindo em suas composições originalidade, som distinto e conceitos musicais cada vez mais complexos. Em meados de 1962, os Rolling Stones foram um dos numerosos grupos surgidos e que mostravam uma influência blues cada vez maior, juntamente com os Animals e os Yardbirds. No fim de 1964, as bandas The Kinks, The Who, The Doors e The Pretty Things representavam o novo estilo Mod. Perto do final da década, grupos de rock britânico começaram a explorar estilos musicais psicodélicos que faziam referência a subcultura das drogas e experiências alucinógenas.

Rock and Roll

O Rock and roll surgiu nos subúrbios dos Estados Unidos no final da anos 1940 e início da década de 1950 e rapidamente se espalhou para o resto do mundo. Suas origens imediatas remontam a uma mistura entre vários gêneros musicais populares da cultura negra naquele momento, incluindo o rhythm and blues, a gospel music, o country e o western. Em 1951, na cidade de Cleveland (no Estado do Ohio), o discotecário Alan Freed começou a tocar rhythm and blues para uma plateia multi-racial e a ele é creditado a primeira utilização da expressão "rock and roll" para descrever a música. Há muita discussão sobre qual deveria ser considerada a primeira gravação rock & roll.
Uma forte candidata é "Rocket 88", de Jackie Brenston e os Delta Cats (na verdade, Ike Turner e sua banda The Kings of Rhythm), gravada e lançada pela Sun Records de Sam Philips em 1951. Quatro anos depois, em 1955, "Rock Around the Clock" de Bill Haley se tornou a primeira canção de rock and roll a chegar ao topo da parada de vendas e execuções da revista Billboard e abriu caminho mundialmente para esta nova onda da cultura popular. Mas uma edição da revista Rolling Stone de 2004 argumentou que "That's All Right (Mama)", de 1954, o primeiro single de Elvis Presley (com Scotty Moore na guitarra e Bill Black no baixo) para a Sun Records em Memphis foi o primeiro registro de rock and roll na história e a criação do som "rockabilly" caractéristico da Sun Records... Mas, àquela altura, "Shake, Rattle and Roll" de Big Joe Turner, posteriormente regravada por Haley, já estava no topo da parada R&B da Billboard. Outros artistas que lançaram os primeiros sucessos do rock and roll foram Chuck Berry, Bo Diddley, Fats Domino, Little Richard, Jerry Lee Lewis e Gene Vincent.

20 de maio de 2010

Devotos: 20 anos aumentando o Rock

Vinte anos de estrada não é pra qualquer um. Ainda mais quando esta trajetória musical traz na bagagem seis álbuns e o reconhecimento em todo o território nacional. Assim é o Devotos, para muitos o maior expoente do punk-rock-hardcore brasileiro! O trio pernambucano desembarca em João Pessoa como uma das principais atrações do IV Festival Aumenta que é Rock 2009, que ocorre nos dias 6 e 7 de novembro no Candeeiro Encantado, Centro Histórico da Capital.

Para comemorar as duas décadas de carreira, O Devotos lançou recentemente um CD e DVD ao vivo gravado no bairro do Alto Zé do Pinho, periferia do Recife e berço da banda.

No disco, participam figuras conhecidas da música pernambucana como Lirinha (Cordel do Fogo Encantado), Adilson Rorona (Matalanamão) e o Afoxé Ylê de Êgba. Além destes, o álbum tem a ilustre participação de Clemente, líder do Inocentes, uma das principais bandas no punk Rock Tupiniquim,.

Para o show do Festival Aumenta, a banda vai demonstrar basicamente aquilo que foi gravado no mais recente disco: uma apresentação sem comentários, contando com todos os sucessos da banda e a fúria no palco que o Devotos vem semeando desde o final dos anos 80.

O Devotos foi escalado para tocar no segundo dia de festival (7 de novembro) quando vai ser repetida a mesma fórmula utilizada pelo Aumenta que é Rock em 2008 de misturar Punk, Hardcore e Metal numa mesma noite, para delírio dos camisas pretas de plantão.

Este ano o Devotos terá a companhia de nomes como o Decomposed God (PE), Confronto (RJ), Nervochaos (SP), Mugo (GO) e A Trigger to Forget (CE), além dos locais Sodoma, Overcast, Elmo e Comedores de Lixo.

Dentro das comemorações dos 20 anos a banda também prepara para o ano que vem uma turnê européia, que já conta com shows agendados pela Alemanha, Eslovênia, Itália, França, Bélgica e Portugal.

Para saber um pouco mais sobre o Devotos e baixar a discografia completa da banda basta acessar o site oficial do grupo e aproveitar o conteúdo disponibilizado gratuitamente pelo trio. O endereço é o www.devotos.com.br . Depois disso, só agendar o Festival que é Rock no calendário.

Via: MTV

História do Rock: Aqui se planta... logo ali se colhe

“Vida de negro é difícil, é difícil como o quê ...” A famosa música de Dorival Caymmi cabe como uma luva nessa nova etapa da História do Rock... como uma luva em mãos calejadas! Jamais poderíamos imaginar que os maus tratos dispensados aos escravos negros, trazidos da África pelos “Senhores Brancos Americanos” para enriquecer nas plantações de Algodão no Sul dos EUA, seriam o grito de guerra fundamental à criação do Rock’n’Roll .

“Importados” de três regiões do Continente Africano – Costa do Marfim, Floresta Tropical e Congo –, os negros trouxeram na bagagem “apenas suas lembranças e suas riquezas musicais". Dessas regiões viriam respectivamente as longas linhas melódicas, os cantos ornamentados e os instrumentos de corda, os ritmos mais complexos e grandes instrumentos de percussão, e também a música separada em solista e grupo vocal, acrescentados à cultura musical rural do branco americano das fazendas e dos campos de colheita. Essa forma citada acima poderá ser encontrada na música Gospel – seu improviso melódico e textual entre coro e solista: o solista canta uma frase, repetida a seguir pelo grupo todo. Encontraremos os mesmos efeitos mais adiante, no Blues, no Rock, no Samba, no Rap e no Hip-Hop.

Essa mistura da música negra Africana com a música branca rural da América iria se tornar o grande encontro das águas – como Rio Negro e Solimões –, preparando assim todo o terreno para a formação dos primeiros cantores de Blues-Folk e Rockabilly , fundamental para estrutura do Rock e suas ramificações.

À base das chibatadas, os escravos costumavam trabalhar de sol a sol, parando apenas à noite em breves "Pit-Stops" para descansar a “carcaça” no Box , com teto aberto para a lua cheia e suas estrelas inspiradoras. Como forma de adoração a Deus, ou mesmo de desabafo contra os maus-tratos, abusos, discriminação e opressão impostos pela sociedade , os escravos arrumaram um jeito de ter seu espaço e seu canto fortalecidos através da música – feita em segredo, na calada da noite, pois eram proibidos de tocar percussão e cantar –, mantendo assim intacta sua coletividade e união contra os Senhores Brancos.

Era a única forma de sobrevivência naquela condição sub-humana, e a verdade com que entoavam seus cantos era de uma força, comoção e dignidade ímpares. Porém, em pouco tempo, os Senhores descobririam que essa “ilegal” atividade lhes traria mais lucros caso fosse liberada, pois os escravos trabalhavam mais felizes quando cantavam, e assim renderiam muito mais. A partir daí , das plateias noturnas para as plateias diurnas, chegavam ao mercado as primeiras canções de trabalho, as WORK-SONGS !!!! Como exemplo de pergunta e resposta em coro, a música "Vou varrendo, vou varrendo, vou varrendo..." do grupo Molejo...rsssss... -– perfeita Work Song de nossos tempos !!

Conforme o tempo foi passando, depois de várias tentativas frustradas de destruir a cultura negra a partir da mistura de suas tribos, os escravos foram sendo integrados ao novo mundo, e a música Africana teria uma importante e significativa junção com a música Europeia. Quanto mais se tentava “educar” religiosamente os escravos, mais suas músicas pendiam para essa vertente da adoração a Deus, só que agora também misturada a hinos ocidentais clássicos . De Work-Songs as músicas passariam a Spirituals Songs , e o sonho dos escravos por uma vida melhor , ganhava corpo e alma. A melhor explicação dessa transformação foi dada por um escravo, na época :

"O meu senhor manda me chamar , diminui minha ração de fubá e ordena que me dêem 100 chibatadas. Meus amigos dão uma olhadela ficam com pena de mim. E a noite, quando vão para a casa da louvação cantam a respeito disto. Alguns são cantores muito bons, vão trabalhando na coisa, caprichando, caprichando até acertar mesmo. É assim , dessa maneira.".

Como exemplo: "Nobody Knows the Trouble I've seen" - Golden Gate Quartet (1955).

"Ao mesmo tempo, como palavra de Deus na música, O Gospel é cantado nas igrejas, com mensagens religiosas tiradas da Biblia e contadas em forma de música. O interessante é que o estilo do "rap", surgido muito tempo depois, tem suas origens no Gospel". Esse aspecto é bastante interessante e chega a parecer cômico, uma vez que o Gospel também é conhecido como a música das Boas Notícias, ao contrário da ideologia "rapper".

Como podemos ver , a mesma história que nos proporciona grandes risadas e grandes momentos brincalhões , também retrata a profunda ferida na sociedade negra, e os absurdos cometidos pelos "Senhores Brancos", detentores do poder econômico, social e político.

Como aqui no "blog" se colhe o que se planta, a volta foi dada por cima, e os negros conquistariam sua hegemonia ao revolucionar a música no século XX, com a invenção desse " “tal de rockenroll"- – , mesmo a partir das mãos calejadas. Como imaginar que os alicerces do Rock teriam tanta sustentabilidade entre dois diferentes ângulos da história, – o dos brancos e o dos negros -?

Afinal, nas fazendas, tanto encontrávamos escravos negros, quanto brancos "caipiras", e é essa mistura do Country & Western com o Rhythm & Blues que vai gerar o equilíbrio e será a mola propulsora do Rock, dando asas a Elvis Presley, Chuck Berry, e muito mais... A história vai se transformar...- – aguardem o próximo capítulo...

Via: MTV

História do Rock: 04 - Negros x Brancos e o surgimento do blues

Corre a lenda que o primeiro som blues tirado de um instrumento (semelhante ao que viria a ser o principal traço do blues acústico na pré-invenção da guitarra ) foi dentro de um trem, nas mãos de um violeiro "penetra", que tocava com um canivete, fazendo o ruído característico do slide no violão de aço . Como correu essa lenda? W.C.Handy – que se dizia o pai do Blues – viajava como clandestino e presenciou essa pitoresca cena em 1903, compondo assim o primeiro blues da história: St Louis Blues.

Mas isso não seria o mais importante nesse modo de contar a história do rock, baseado no chamado "efeito borboleta". Com a chegada dos negros africanos à América, como já visto no capítulo anterior deste blog – aqui se colhe... logo ali se planta – estava ali surgindo e tomando forma um estilo musical muito par ticular, que dava uma dimensão da sofrida vida dos escravos numa terra estranha, com gente esquisita. Estava nascendo então... o Blues.

Não podemos de forma alguma deixar de falar muito sério neste ponto da história, pois a divisão da América entre os que defendiam a escravatura e os que a queriam abolir, numa forma de igualdade entre os seres humanos, deixou o país dividido entre os anos de 1861 e 1865 .... e até mesmo após o fim da guerra. Muitas mortes ocorreram na briga entre os Estados Confederados do Sul, latifundiários das plantações (que defendiam o regime escravocrata), e os Estados do Norte, industrializados (que, liderados por Abraham Lincoln, defendiam o fim da escravidão).

Ao início da guerra havia 19 Estados livres e 15 Estados onde era permitida a escravidão... isto teve repercussão em toda sociedade americana, cada um com seus interesses. Era como uma rivalidade de gangs, cada qual com sua ideologia, ou dois clubes rivais, como Flamengo e Vasco.

California,Connecticut, Delaware, Illinois, Indiana, Iowa, Kentucky, Maine, Maryland, Massachussetts, Michigan, Minnesota, Missouri , Nova Hampshire, Nova Jersei, Nova Iorque,Ohio, Oregon, Pensilvania, Rhode Island, Vermont e Wisconsin, mais os territórios de Colorado, Dakota Nebraska, Nevada, Novo México, Utah e Washington, do lado esquerdo do ringue.... eram os liberais...

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Alabama, Arkansas, Carolina do Norte, Carolina do Sul, Flórida, Geórgia, Lousiana, Mississippi, Tennessee, Texas e Virgínia (esta última tornada a capital federada e racista), do lado direito do ringue.... eram os favoráveis à escravidão.

Essa guerra foi um marco na vida dos americanos, em todos os sentidos, e não seria diferente na música. Talvez por isso se ouça tanta citação aos Estados Confederados nas canções "blueseiras", nascidas da verdade das cicatrizes e dos corações apunhalados dos escravos negros, entristecidos por tanto sofrimento na maior parte da sua existência.

Podemos assim dizer que o Blues surge não apenas de uma música ou de um rapaz arranhando seu canivete num trem, e sim de uma onda de acontecimentos e, principalmente, das Work-Songs – também citadas no capítulo anterior. Uma coisa era certa: mesmo após a vitória do regime livre, continuava a perseguição feita por grupos que não se conformavam com o fato de assistirem negros assumindo posições de poder nos estados em que a escravidão representara o ponto forte, – caso da facção Klu-Klux-Klan.

Os temas do blues sempre variavam: amor, religião, trabalho, solidão e sofrimento; no período pós-Guerra Civil , o termo Blues ganhou conotação mais popular, representando um estado de espírito, e passou a simbolizar tais sentimentos, de uma maneira mais abrangente.

De volta à parte musical desta história - que em breve vai desembocar no rock -, o country blues foi a primeira forma a se manifestar como predominante na formação do Bues. Era o violão acústico, com a técnica do slide, e a batida mais reta do violão, como acompanhamento apenas. Com o violão mais usado como pergunta e resposta com a voz, o Texas Blues trazia uma maneira mais arriscada de tocar, mais ousada e menos previsível, que despontou por volta dos anos 20, sendo depois mais e mais explorada, com o surgimento da guitarra.

O Delta Blues – veio do Mississippi entre os anos 20 e 30, estado considerado o berço do blues e o primeiro lugar onde se deram registros fonográficos. Tocavam com bandas, mas as gravações ainda eram basicamente de voz e violão. Da Flórida, de West Virginia, de Delaware e de Maryland chegava o Jump Blues, nos anos 40. Essa forma – caracterizada por um cantor à frente de uma big orquestra – foi o pontapé para o início do Rock, pois combinava voz com solos de sax e menos guitarra. Formou a ponte entre o Blues e o Jazz das Big Bands (Glenn Miller e Benny Goodmann). Ray Charles se enquadra bem nesse estilo.

Nos anos 40/50 chega então um novo estilo de blues: o Blues de Chicago. Com sua explosão nessa área e o advento da eletricidade na música, o blues mudava e entrava numa nova era, tornando-se muito popular no sul dos Estados Unidos. Assim como John Lee Hooker foi o primeiro a eletrificar sua guitarra no blues, Muddy Waters é considerado o primeiro a eletrificar todos o s instrumentos de sua banda. Então, com Buddy Guy, John Lee Hooker, Willie Dixon, Little Walter, Howlin Wolf, Elmore James, B. B. King, Sonny Boy Williamson II, Junior Wells, Muddy Waters, Howlin Wolf, Jimmy Rogers, Magic Sam e Otis Rush, entre outros grandes, temos a amplificação dos instrumentos, somada à batida de baixo-bateria-piano, e a partir daí, o estopim para o surgimento do rock'n'roll, com suas batidas repetidas, marcadas e firmes.

O Lousiana e o Harmonica Blues foram importantes ao trazer o booggie wooggie e a gaita para outros formatos da canção. Quando a guitarra realmente entrou em cena, e o Blues se transformou, nomes como Rolling Stones, Cream, e Jimi Hendrix agradeceram muito a existência do gênero, pois beberam bastante em sua fonte. Pronto... a ligação Blues-Rock estava estabelecida... e era apenas uma das misturas que fariam a combustão para o nascimento da nova forma de música que viria a seguir...e o Blues com certeza foi a influência mais porreta !!!

Citando nomes muito importantes nesta história, dignos de ser apontados como ídolos dos grandes artistas e grupos de rock das décadas de 50 e 60, temos, a título de registro:

Scrapper Blackwell, Sleepy John Estes, Son House, Skip James, Blind Willie Johnson, Robert Johnson, Big Bill Broonzy, Lightnin Hopkins, Blind Lemon Jefferson, Charley Patton, Bobby blue Band, Albert Collins, Lightnin Hopkins, Blind Willie Johnson, Stevie Ray Vaughan, Lowell Fuson, Freddie King, T-Bone Walker, Clarence Gatemouth Brown, Blind Lemon Jefferson, John Lee Hooker, Arthur Big Boy Crudup, Robert Lockwood Jr., Robert Johnson, Big Joe Williams, Muddy Waters, Sonny Boy Williamson II, Tommy Johnson, Mississippi Fred McDowell, Amos Milburn, Jimmy Witherspoon, Big Joe Turner, Leroy Carr, Ray Charles, Champion Jack Dupree, Pee Wee Crayton, Floyd Dixon, Johnny Otis, Buddy Guy, Willie Dixon (o líder e poeta-baixista) , Little Walter, Elmore James, B. B. King, Sonny Boy Williamson II, Junior Wells, Muddy Waters, Howlin Wolf, Jimmy Rogers, Magic Sam, Otis Rush, Champion Jack Dupree, Lonesome Sundown, Slim Harpo, Lightnin S lim, Slim Harpo, Junior Wells, Sonny Boy Williamson I e II, Sonny Terry, Jimmy Reed, Little Walter, William Clarke, Big Walter Horton, Paul Butterfield... e por aí vai......... sem eles , não podemos sequer imaginar a existência de muitos artistas da década seguinte, que os reverenciaram durante toda sua infância e modelaram sua formação musical tendo por base esses grandes mestres.

É claro que mais na frente, voltaremos a falar de outros grandes mestres do Blues que foram surgindo nas décadas seguintes.... mas isso é outra história.

E afinal, o trato de Robert Johnson com o diabo numa encruzilhada, entregando-lhe sua alma em troca de se tornar o maior cantor de blues de todos os tempos, não há de ser uma lenda... isso é a base para toda atitude do rock que viria a seguir !!!!! Se, como diz Raulzito, "O Diabo é o pai do Rock", então, na minha humilde opinião, o Blues deve ser a mãe...


Via: MTV
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