Primeiramente, é preciso adotar uma definição sobre o conceito de
obra de arte, o que torna determinada obra em um “magnus opus”, o apogeu
da criação artística? A arte como um todo é de difícil julgamento, pois
há inúmeras coisas a se considerar, leva-se em conta a experiência e
referência pessoal do artista e receptor, somado a própria
idiossincrasia. A produção artística é criada através de vivências
pessoais, pontos referentes distintos, e influenciada pela cultura
social que o indivíduo sofre, seja, em maior nível regional ou global.
Esses são somente, poucos pontos adotados para exemplificar a criação no
universo da arte, no entanto torna-se ainda maior a dificuldade, em
classificar uma obra musical, pois como já foi dito por Schopenhauer “A
música exprime a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não
compreende”. Em outras palavras, é por meio da música que se origina a
possibilidade de expressar sentimentos e emoções que outrora não fomos, e
não somos capazes de transpor por meio das palavras e os limites da
racionalidade. Lembro-me de uma aula que tive sobre história da arte,
que abordou justamente o grau de dificuldade em classificar uma obra,
mediante ao bombardeio que o artista sofre por meio do ambiente cultural
no qual está inserido, nota-se uma diferença estética que varia de
acordo com diferentes povos, regiões, períodos históricos, e etc. Um
exemplo, é como uma simples pintura chinesa satisfaz por esboçar nuvens
em um céu azul, enquanto temos uma grande diferença de complexidade na
arte barroca. Isso me remete a várias situações em que ouço simples
classificações como aquele disco é “bom” ou aquele outro é um disco
“ruim”. Eu poderia ter citado diversas obras, que ao longo do tempo
foram influentes dentro de um determinado estilo, porém, me limitei
tomando como exemplo o disco “Master Of Puppets” do METALLICA,
devido a grande proporção criativa que ele propiciou a diversas bandas
de diferentes vertentes, construindo e consolidando o Thrash Metal
juntamente Slayer e cia.
Nos
tempos contemporâneos, a indústria cultural é de absoluta influência na
criação e produção de bandas, dirigindo caminhos a se tomar no meio
musical, mediante a relação do mercado e consumidor. Notamos hoje, por
exemplo, a indústria da música Pop cujo a manipulação é descarada, tanto
na produção de letras vazias quanto na imagem de ídolos, dita-se assim
uma nova estética de expressão musical que age no indivíduo que consome,
não somente limitando o gosto pela música, como também altera o
comportamento e postura do consumidor diante do mundo. O mercado
necessita estar sempre girando como consequência do capitalismo, e isso
afeta o fato, de que como quase tudo, à arte é uma mercadoria que
movimenta incontáveis milhões e cria-se uma necessidade de rápido
consumo, aonde é necessário o descarte rápido e a produção de novas
tendências afim de obter um absurdo lucro. Embora de maneira mais sútil,
o rock e seus derivados também sofram do mesmo mal, diariamente nos
deparamos com incontáveis bandas, por muitas vezes com o som sem nada a
acrescentar, batido, pobre, influenciado por um mercado já saturado em
certo ponto, e que exige diversas vezes lançamentos forçados devido a
contratos e pressões de gravadoras. Não excluindo o fato da complexidade
de avaliar à arte, não se pode negar que estamos sujeitos a todo o
momento a ouvir ás mazelas que a indústria nos oferece. Queira ou não
sofremos parte desse bombardeio cultural, tanto pela repetição exaustiva
causando um consumo involuntário, quanto pela maneira pessoal de sentir
e julgar o que é bom e ruim, sem ao menos perscrutarmos a fundo a
origem da obra e analisarmos o contexto na qual está inserida, causando
por muitas vezes uma sublevação e preconceito com outros estilos.
Minha
opinião se “Master Of Puppets”, seria considerado uma obra prima se
lançado nos dias de hoje? Arrisco-me a dizer, que diante de todo o
rápido consumo e descarte do qual nos paira, temos uma grande
dificuldade em parar para prestar atenção por muito tempo em uma coisa
só, pois isto de certa maneira é tomado como perda de tempo, o que
abriria a possibilidade dessa grande obra ser mais uma entre milhares, e
não alcançar o grande significado que temos dela no presente. Claro que
existem outras finitas e variantes a se considerar e fiz aqui uma pobre
dissertação de somente uma, porém se fosse me aprofundar eu acabaria
escrevendo um livro. Em fim, diante da profusão e facilidade de obter
essa mercadoria que é a música, ouso dizer que tanto “Master Of
Puppets”, e todo o Metallica
não teriam essa grande repercussão se estivessem começando as
atividades em tempos como hoje. Resta-nos observar, se obras
contemporâneas passarão com êxito pela prova do tempo.
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